Nível dos rios está abaixo do limite crítico e ameaça abastecimento. Autoridades alertam que, se não chover, vai faltar água para a população.
Além de mudar radicalmente a rotina da população, o racionamento de água na Grande Vitória pode comprometer as atividades empresariais na região. O alerta é do presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Wilmar Barbosa, que afirma que as empresas já estão trabalhando no limite de uso de água.
Na quarta-feira (31), o governo estadual anunciou situação de racionamento na Grande Vitória caso não chova no mês de setembro, ou se a vazão dos rios – que já está abaixo do limite crítico – cair em 10%.
De acordo com a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), a vazão do Rio Jucu, no ponto onde a Cesan faz a captação de água, está 23% abaixo do limite crítico. Em outros dois pontos ela está ainda pior, chegando a 78% abaixo do nível. Já a vazão do Rio Santa Maria da Vitória está 37% abaixo da medição crítica.
“Estamos racionando desde o início do ano, no limite. Precisamos que o Estado abra uma discussão sobre isso e crie alternativas, pois se houver um racionamento, não saberemos como manter as atividades com o mesmo quadro de funcionários”, disse.
Na Serra, um dos maiores polos industriais do Estado, pode haver diminuição na produção, queda na receita e até demissões.
“O racionamento de água logicamente vai comprometer o rendimento das empresas na Serra, um polo empresarial que projeta o Espírito Santo para o Brasil inteiro. E isso vai afetar a vida de muitos trabalhadores”, defende o ex-presidente da Associação de Empresários da Serra (Ases) Ernesto Mosaner, que esteve à frente da associação por dez anos.
Mobilização
Na tentativa de impedir o racionamento, moradores e comerciantes estão se mobilizando para conscientizar sobre a importância de economizar e reaproveitar a água.
A Associação Comercial da Praia do Canto, em Vitória, vai utilizar o WhatsApp para enviar mensagens com sugestões diversas aos associados como o reaproveitamento da água do ar-condicionado e a instalação de sistemas que reaproveitem a água da chuva. Além do uso consciente da água, segundo Carlos Eduardo Sardenberg, presidente da associação.
A Associação de Moradores de Jardim Camburi, também em Vitória, pretende lançar um jornal, até o final deste mês, com recomendações como não lavar fachadas ou calçadas e diminuir a frequência de lavagem de roupas.
Fonte: G1 Espírito Santo
Foto: Reprodução TV Gazeta