Quedas nas exportações e importações estão afetando o PIB do ES

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Recessão mundial atinge com força o comércio exterior do Espírito Santo. Está difícil vender para outros mercados porque o mundo está em quarentena econômica. As dificuldades devem se estender até junho
 
A economia do Espírito Santo não cresceu em 2019. A variação do PIB foi zero, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves. Em 2020, o ritmo está muito pior. As operações de comércio exterior – das quais o setor produtivo do Estado depende para se movimentar – mostram-se mais fracas do que as expectativas pessimistas geradas pelo coronavírus. 

No acumulado do primeiro trimestre de 2020, frente ao mesmo período de 2019, a corrente de comércio teve retração de 16,45% no Estado, resultante da queda de 23,67% nas exportações e da diminuição de 6,57% nas importações. O PIB estadual está sendo severamente afetado.

Em fevereiro, o demônio do coronavírus ainda não pintava o sete como agora, mas o comércio exterior capixaba já cambaleava. Comparando-se o acumulado dos dois primeiros meses de 2020 com janeiro e fevereiro de 2019, as exportações pelo Espírito Santo despencaram feio (-33,79%). 

As importações também foram reduzidas (-3,53%), conforme dados do Ministério da Economia. Até agora, este ano desenha-se como um dos anos mais tristes para os negócios internacionais capixabas.

Em fevereiro, o demônio do coronavírus ainda não pintava o sete como agora, mas o comércio exterior capixaba já cambaleava. Comparando-se o acumulado dos dois primeiros meses de 2020 com janeiro e fevereiro de 2019, as exportações pelo Espírito Santo despencaram feio (-33,79%). As importações também foram reduzidas (-3,53%), conforme dados do Ministério da Economia. Até agora, este ano desenha-se como um dos anos mais tristes para os negócios internacionais capixabas.

O saldo comercial brasileiro também desabou no primeiro trimestre: -32%. Não passou de US$ 6,13 bilhões, o menor desde 20215, mesmo contando com o câmbio muito favorável às exportações. E o pior ainda está por vir. Neste mês de abril, e entrando pelo mês de maio, haverá grande avanço da recessão, dizem analistas de poderosas companhias multinacionais.

Os números mostram que o comércio internacional desacelerou-se em proporções assustadoras. Está difícil para todos os países venderem uns para os outros. Obviamente, porque todos estão comprando menos. Veja: as exportações dos EUA declinaram fortemente (-20%); Japão (-15,4%); América do Sul (-13,5), Mercosul (-12,6%), Oriente Médio (-27,8%). 

No primeiro trimestre, o volume de bens brasileiros destinados aos Estados Unidos – nosso maior parceiro comercial – teve um tombo de 13,5%. Para a Argentina, tradicional cliente dos nossos produtos manufaturados, o Brasil vendeu -4,4%. Até que a queda não foi tanta, dado o elevado nível de pobreza hoje visto na Argentina.

Para os demais países da América do Sul, o Brasil também teve exportações reduzidas: -13,9%. A situação da balança comercial brasileira só não ficou pior nos três primeiros meses de 2020 porque as vendas para a China (em fase de recuperação do coronavírus) aumentaram 8,8%, puxadas pela soja. Em segundo lugar, pelo minério de ferro.

A paralisação de atividades imposta pela defesa contra o coronavírus já atinge economias que respondem por 50% do PIB mundial. Significa que a recessão de 2020 já está contratada. Sem perspectiva de reversão. E será arrasadora, segundo o FMI e outras instituições de peso. Para a maior economia do mundo, os EUA, falam em retração anualizada de até 10% neste segundo trimestre – o que seria péssimo, por exemplo, para as exportações de rochas ornamentais do Espírito Santo. Já a Alemanha, motor da economia da Europa, encolheria cerca de 7% no melhor cenário ( confinamento de dois meses).