Movimentos e manifestações no país são tema do 114º Café de Negócios da Ases

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Nesta quarta-feira (10), os empresários da Serra se reuniram na faculdade UCL, em Manguinhos, para o 114º Caneg – tradicional Café de Negócios da Ases (Associação dos Empresários da Serra). Aproveitando o cenário atual de manifestações populares em que se encontra o país, o evento teve como tema “Os inesperados Movimentos no Brasil e no ES: Mudanças e Incertezas”. O assunto foi abordado pelo professor e pesquisador da Ufes, especialista em Políticas Públicas, Roberto Garcia Simões.

A proposta do encontro é trazer para uma reflexão acerca das constantes mudanças e promover uma interação e debate entre os convidados. “O tema, além de atual, atende à proposta do Caneg, que visa promover o intercâmbio de informações entre os empresários a fim de buscar medidas inteligentes para lidar com o cenário socioeconômico do município da Serra”, aponta o presidente da Ases, Sandro Lobato.

 

Para Roberto Garcia Simões, o país passa por uma fase em que é preciso ter cautela, pois o tempo sugere mudanças reivindicadas por uma população que também mudou. “É preciso lembrar de que os movimentos estão sendo feitos por uma geração nascida na era da Internet, o que nos leva a pensar não só em manifestações coletivas como também manifestações individuais. Hoje, um movimento não se resume mais a um grupo de pessoas dispostas a sair pelas ruas com rosto pintado colando cartazes por onde passa. Hoje, a instantaneidade da Internet permite que cada um possa se manifestar de acordo com sua própria concepção em uma rede social, por exemplo, em tempo real e em poucos minutos conseguir globalizar aquilo”, afirma.

 

Simões coloca ainda que para ele o ponto auge para as atuais mudanças foi a percepção do povo brasileiro quanto a discrepância na qualidade de vida. “O que acontece é que se tem um governo que oferece facilidade ao cidadão na hora de comprar um carro ou um imóvel, inflação controlada e outros benefícios, mas que ao sair de casa o mesmo cidadão encontra engarrafamento, insegurança, educação e saúde pública de péssima qualidade. Além disso, o indivíduo que está em dia com os devidos impostos, ao se deparar com um sistema de má qualidade, acaba recorrendo à rede particular. Então temos um cidadão que tem sua renda em grande parte consumida por tributos”, alerta o professor.

 

No âmbito empresarial, foi debatido o modo como o clima organizacional de uma entidade pode ser afetado por esse cenário. “Querendo ou não até mesmo quem quer se manter fora de discussão acaba sendo afetado pelo cenário, pois os efeitos são gerados em cadeia. O dinamismo do nosso cotidiano leva o cidadão a reagir em constante estado de violência, disposto a brigar cada vez mais por cada vez menos. Seja por motivos plausíveis ou não, elas geram transtornos na rotina de cada um, o que com certeza eleva o estresse. A verdade é que estamos vivendo uma reforma geral, está nascendo uma nova sociedade”, aponta Simões.