O Espírito Santo vivencia uma fase de perspectivas otimistas, com grandes investimentos planejados e em execução, e com PIB – Produto Interno Bruto crescendo acima da média nacional. Ainda assim, os gargalos estruturais, a baixa taxa de crescimento e a inflação crescente, que resultam de erros na condução da economia nos últimos anos, são fatores que dificultam o desenvolvimento econômico.
As informações são do economista José Teófilo Oliveira, ex-secretário da Fazenda e atual Membro do Conselho Deliberativo e Vice-presidente Institucional do ES em Ação, que apresentou uma palestra sobre as Perspectivas Econômicas do Espírito Santo no 111º Caneg – Café de Negócios da Ases (Associação dos Empresários da Serra), realizado no dia 24 de abril, na Faculdade UCL, em Manguinhos, na Serra.
Segundo ele, em sete anos, de 2003 a 2010, o PIB capixaba cresceu 49%, enquanto o país expandiu 36%. Mesmo com uma economia impactada pelo cenário internacional, o Espírito Santo superou a performance negativa de 2009, quando houve queda 6,7% do PIB, e registrou, em 2011, crescimento de 9,2% no PIB, enquanto a média nacional atingiu o índice de 2,7%.
Investimentos
José Teófilo Oliveira destacou grandes investimentos no Espírito que proporcionaram uma alavanca à economia. Entre eles a oitava Usina de Pelotização da Vale, a quarta Usina da Samarco em Ubu e as obras do estaleiro da Jurong em Aracruz.
O economista lembrou ainda que o Estado caminha para produzir, nos próximos anos, mais de 400 mil barris de petróleo por dia e 20 milhões de metros cúbicos de gás, e afirmou que o mercado da construção civil e o setor metalmecânico experimentam um tempo de intensa atividade, com boas expectativas.
O setor de rochas ornamentais também se destaca, com o registro de US$ 798 milhões em exportações, em 2012, o que representa um crescimento de 12% em relação ao ano anterior.
“Em contrapartida, o estrangulamento da nossa infraestrutura de portos, aeroportos e estradas comprometem o crescimento econômico. É preciso que o Governo Federal invista em um relacionamento estável com o setor privado nacional e internacional, de modo que garanta o desenvolvimento e a segurança jurídica de todo o país”, avalia.
Diretrizes
Em face desse cenário, Oliveira apontou diretrizes. “A gestão financeira deve ser austera, mas não fechada em copas. Um governo sem grandes investimentos pode funcionar, desde que não se esqueça do cidadão, e viabilize serviços básicos como limpeza urbana de qualidade, boa manutenção das vias, escolas limpas e bem mantidas, bom atendimento ao contribuinte nas repartições, entre outros”, destaca.
O presidente da Ases, Sandro Lobato, avaliou as oportunidades. “A exposição nos deixou otimistas e vai contribuir para que possamos traçar novas estratégias e melhorar nossa tomada de decisões”, afirma Lobato.