Aeroporto de Vitória estará concluído em setembro de 2017, anuncia Hartung

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O governador citou conjunto de obras que terão impacto na região  metropolitana e que não foram afetados pelo ajuste fiscal

O governador Paulo Hartung anunciou ontem, em palestra no encontro mensal da Associação de Empresários da Serra (Ases) que o novo aeroporto de Vitória deverá ser inaugurado em setembro de 2017, mantido o ritmo do cronograma atual de obras. Hartung  ressaltou que o andamento das  várias frentes de obra do empreendimento como a pista, pátio de aeronaves, terminais, e estacionamentos autoriza sua expectativa.

O acesso ao novo aeroporto se dará pela Avenida Adalberto Simão Nader e isso contribuirá para melhorar o tráfego de acesso à Serra com o desafogamento da atual reta do aeroporto, acrescentou o mandatário.

A informação sobre a obra foi incluída pelo governador num conjunto de grandes intervenções que ele mencionou para os empresários presentes ao 141º Caneg, o evento mensal da entidade empresarial serrana. Outras realizações de vulto, que  ele citou como o esforço de sua gestão para não se limitar ao que foi o seu principal desafio – o equilíbrio das contas estaduais,  foram  a construção da estrada de contorno ao Mestre Álvaro, desviando o fluxo de veículos que hoje transitam entre  BR-101 e a sede a Carapina; a construção da Rodovia Leste-Oeste, que interligará Viana, Cariacica e Vila Velha e a conclusão da dragagem e entroncamento do canal de Vitória, rebaixando a sua profunidade a 14 metros e permitindo o tráfego de navios de maior calado.

Intervenções

Hartung incluiu no conjunto de realizações que equiparão o Espírito Santo com melhor logística viária a duplicação de 46 km da BR-101 e a construção da ES-388, que interligará Terra Vermelha à 101, na altura de Amarelos. O governador enfatizou que essas intervenções produzirão um impacto sócio-econômico em todo o contexto metropolitano equivalente ao advento da Terceira Ponte que imprimiu nova dinâmica aos municípios. Disse que ao longo dos grandes eixos como o Contorno do Mestre Álvaro, ao norte, e a Leste-Oeste, ao sul, os vazios econômicos da atualidade darão lugar a novas ocupações e interações urbanas, com moradias e estabelecimentos produtivos e comerciais, criando adensamentos habitacionais e territoriais.

A fala do governador, uma palestra sobre o tema “Desafios da Gestão e da Inovação no Setor Público em Tempo de Crise”, recorreu à capacidade dos gestores articularem-se para obter soluções como os investimentos mencionados por ele. Mas ele destacou a engenharia financeira montada para conter o que chamou um sangramento dos cofres públicos no período administrativo que antecedeu ao seu, quando as receitas correntes evoluíram 27%  contra despesas que se elevaram em 67%, inviabilizando a capacidade de investimento do Estado ou mesmo de solvência para os seus compromissos de custeio.

“A receita subiu de escada e a despesa de elevador”, disse Hartung, o que produziu déficits de R$ 940 milhões em 2014 e R$ R$ 1,4 bilhão em 2015. O exercício de 2015 exibiu um pequeno superávit já como efeito das  medidas de caráter emergencial que sua gestão adotou, como o contingenciamento de 25% dos cargos comissionados e um corte fundo nos gastos de custeio. Lembrou que logo depois de eleito, meses antes de assumir, procurou a Assembleia Legislativa e conseguiu o adiamento da votação do orçamento do próximo ano – o primeiro do terceiro mandato – porque precisava que sua equipe examinasse a consistência dos dados. Detectou-se logo de início uma superestimativa de receita que obrigaria a fazer repasses para os outros poderes absolutamente desconectados da realidade do caixa, como já ocorrera na administração anterior quando o repasse dos duodécimos (o valor repassado ao Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público e Assembleia Legislativa) aumentou em 75%.  E elogiou os deputados que, mesmo não tendo obtido a reeleição, dispuseram-se a atendê-lo.

Repasse na saúde e educação

O governador mencionou também ações na área da saúde com a ampliação dos leitos nos Hospitais São Lucas e de Vila Velha, a instalação de cinco centros regionais de especialidades para consultas e exames que “extinguirão o trânsito das ambulâncias pela 101 em busca de atendimento na capital” e ressaltou que o valor alocado para o setor absorveu a maior parcela do orçamento do Estado, R$ 2,4 bilhões, superando a verba destinada à Educação. Nesta área ele se referiu ao Programa de Ocupação Social voltado para o menor em risco social que “não pretende ser pedreiro, quer ser DJ”, ou seja, se sente mais atraído para ocupações e atividades que permitam que os talentos aflorarem em atividades culturais e artísticas, como dança, arte, esportes. O critério, aí, foi formular programas a partir dos desejos e intenções do público-alvo, não teorizados a partir de gabinetes. Reportou-se também ao projeto de Escola Viva, citando um estabelecimento do gênero na Serra, a Escola Joaquim Beato e anunciou a construção de mais oito unidades além das já existentes que acolhem 15 mil alunos.

“Ajuste fiscal tem que ser feito com inovação”, sentenciou o governador. E, convocando aplausos, “não a mim, mas minha equipe que tem alguns elementos aqui presentes” declarou o que considerou uma boa notícia: “o governo fecha o ano sem dever um centavo a ninguém”.